quinta-feira, 30 de junho de 2011

O monge mordido

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Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada . Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.


- Mestre deve estar muito doente! Porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda, picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!


O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu:


- Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha.



Autor desconhecido

- O Lenhador e a Raposa

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Existiu um Lenhador que acordava as 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite.

Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.
Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho.

Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do Lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem; e portando, não era confiável.
Quando ela sentisse fome comeria a criança.

O Lenhador sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso.
Os vizinhos insistiam:
- "Lenhador abra os olhos ! A Raposa vai comer seu filho."
- "Quando sentir fome, comerá seu filho ! "

Um dia o Lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários - ao chegar em casa viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensangüentada ... o Lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa ...

Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranqüilamente e ao lado do berço uma cobra morta ...
O Lenhador enterrou o Machado e a Raposa juntos.

Autor desconhecido

terça-feira, 28 de junho de 2011

JUSTO CONSELHO

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ARNOLDO KRUMM-HELLER


No último número da Revista Rosa-Cruz , falei sobre LEALDADE e essa LEALDADE deve ser personificada em todos os Rosa-Cruz que de outro modo ,só poderão ser de nome e nunca de coração ,isto é ,elos da nossa cadeia. Não esqueçamos que como Comendador da Ordem ,encarregado da Espanha e dos paises da AMERICA LATINA,dependo do GRANDE LUMINAR RAKOCZI que tanto dirigiu HARTMANN ,REUSS e STEINER , em todos seus trabalhos . Se ao primeiro foi permitido a missão de colaborar com Blavatsky , o último teve outro encargo.Morto os dois e passada a Comendadoria de REUSS a mim ,não tenho feito outra coisa senão cumprir as suas ordens. Se algum irmão pensa poder criticar alguma coisa como, por exemplo , o uso dos amuletos ,essa critica , em vez de me atingir-me ,atinge o nosso GUIA.


O que posso esclarecer é que PAPUS, HARTMANN,STEINER, REUSS, LEADBEATER, CLEMENT e muitos outros os trouxeram consigo e eu mesmo , que o recebi de um deles . Ainda mais ,o próprio MESTRE RAKOCZI USA AMULETOS. Os que condenam esta pratica poderão ser comparados a esses super-homens? Eu não sou partidário de coisas que cheiram a comércio ,dizem,com ares de importância ,esquecidos de que não ganhamos nada de servir de intermediário,afim de obte-los.


Certo , os que pensam desta maneira não deixam de ser bons Rosa-Cruz , como não de ser bons católicos os que não acreditam nos escapulários ; o mal esta em propagarem estas idéias entre terceiros ,prejudicando-os.


Os amuletos são acumuladores de forças cósmicas que animam os nossos poderes internos .Não nos causam o menor dano só podem aumentar as nossas energias e proteger-nos .


Há pessoas que não os podem dispensar ,absolutamente ,e portanto é imensa a responsabilidade de quem lhes aconselha o contrario.


O Rosa-cruz deve ser disciplinado ,ter sempre em mente que todos os atos de um Diretor de AULA foram inspirados pelo Comendador e que o Comendador age de acordo com o GUIA .


O GUIA tem seus superiores em planos mais elevados ,isto prova a existência de uma HIERARQUIA OCULTA.
Esquecer esta verdade é deixar de cumprir deveres . Não esqueçamos que apesar das inúmeras sociedades denominadas Rosa-cruz ,só os membros do S.S.S. são os autênticos continuadores da AUGUSTA FRATERNIDADE BRANCA ROSA-CRUZ ANTIGA , única em conecção com os MISTÉRIOS ANTIGOS.
As instituições que usam o nome ROSA-CRUZ podem propagar belas filosofias ,através de seus livros ,mas nós temos o privilégio de desenvolver poderes e proporcionar LUZ ,isto é , o que haver de real ,verdadeiro e pratico.


(DA REVISTA ROSA-CRUZ) 27 DE ABRIL DE 1936

domingo, 26 de junho de 2011

Asclepio

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A Mimg6edicina racional grega não implicou uma ruptura com as crenças mágico-religiosas, mantendo-se um florescente culto a Asclépio, depois latinizado como Esculápio. Asclépio é filho de Apolo e da ninfa Coronis. Como deus solar (não o deus do sol: Hélios), Apolo é também deus da saúde (Alexikakos), devido às propriedades profilácticas do sol. O facto de Apolo ter tirado o filho do ventre da mãe no momento em que esta se encontrava na pira funerária, confere-lhe o simbolismo de deus da medicina logo à nascença: a vitória da vida sobre a morte. A arte da medicina foi-lhe ensinada pelo centauro Quirón e uma serpente ensinou-lhe como usar uma certa planta para dar vida aos mortos. Acusado de diminuir o número dos mortos, Asclépio foi morto por um raio de Zeus. Esta saga heróica, cantada pelo poeta Píndaro (ca. 522-443 a.C.), traduziu-se depois na deificação de Asclépio, transformado em Deus e tornado imortal por vontade divina. O seu culto terá começado em Epidauro, mas também existiam templos ou santuários (asklépieia) em outros locais, como Kos, Knidos e Pérgamo, onde os sacerdotes se dedicavam à cura de doentes. Asclépio é representado com o caduceu, bastão com uma serpente enrolada. Dos filhos de Asclépio e de Epione são particularmente importantes Panaceia e principalmente Higeia, a qual foi intimamente associada ao culto a seu pai. A cura nos templos de Asclépio era feita através da incubatio, que consistia em os doentes passarem a noite no templo, normalmente em grupo, onde eram visitados individualmente pelo deus no seus sonhos. Este curava-os dando-lhes indicações a seguir no seu tratamento ou praticando um milagre, que tomava a forma de uma administração de medicamentos ou de um acto cirúrgico, praticado pelo próprio deus. O enorme número de pedras votivas encontradas nas imediações dos templos, agradecendo a intervenção e a cura dos deuses, mostra que a crença no seu culto era muito difundida e foi muito persistente no tempo. Também é interessante referir que as pedras votivas referem diferentes intervenções de Asclépio em diversos períodos. Assim, nas pedras encontradas em Epidauro e datando do Séc. IV a.C., a intervenção de Asclépio é feita prestando directamente cuidados curativos, enquanto nas de Pérgamo, datando do Séc. II d.C., ele se limitava a indicar qual a prescrição a ser seguida pelo doente quando saísse do templo. A ausência de incompatibilidade entre a medicina racional grega e o culto de Asclépio é atestada pelo facto de este ser geralmente considerado o patrono dos médicos, um papel que seria anterior ao da difusão do seu culto como deus. O próprio juramento de Hipócrates se inicia com a invocação aos deuses: ``Juro por Apolo médico, por Asclépio, por Higeia e Panaceia, por todos os deuses e deusas, fazendo-os minhas testemunhas, que eu cumprirei inteiramente este juramento de acordo com as minhas capacidades e discernimento''[7]. O voto de pureza[*] do juramento é também uma estatuição presente numa inscrição epigráfica em Epidauro: ``Puro deve ser aquele que entra neste fragrante templo''

domingo, 19 de junho de 2011

A se Refletir–Jorge Adoum

 

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MENSAGEM AOS AMADOS LEITORES DE MINHAS OBRAS


Depois de distribuir a metade da edição de minha última obra "A SARSA DE HOREB", recebi, como em ocasiões anteriores, centenas de cartas, cujos remetentes me chamam de MESTRE e me pedem, ao mesmo tempo, para fundar uma Escola própria a fim de ensinar e desenvolver o que tenho escrito.
Desejo esclarecer, de uma vez por todas, com o coração na mão, que a obra que teve muita aceitação e que se intitula "AS CHAVES DO REINO INTERNO OU O CONHECIMENTO DE SI MESMO" é a recopilação e a explicação de mais de trezentas obras de ocultismo desde Blavatsky aos autores contemporâneos; é também o extrato de treze Escolas Espiritualistas; é igualmente o resumo dos ensinamentos dos MESTRES e das práticas de um discípulo. "A SARSA DE HOREB" é também o resumo de outras mais. Se nestas obras não citei os autores, foi por vários motivos, a saber:
images1 - Atualmente a ciência espiritual é patrimônio de todo estudante; estou convencido de que ao falar, por exemplo, dos sete centros magnéticos ou chakras, ninguém há de supor que estes nomes são descobertas minhas, pois estes foram citados por todos os Mestres de ocultismo, os quais, por sua vez, os herdaram da ESCOLA YOGUÍSTICA.
2 - Muitas vezes citei certas máximas, como "Amai-vos uns aos outros" sem indicar que esta frase foi dita por Jesus Cristo.
3 - As Escolas atuais com seus Mestres e filiados têm se levantado umas contra as outras. Alguns Mestres, em vez de se dedicarem a guiar seus discípulos para a perfeição, converteram-se em armas contra aqueles que não seguem os seus métodos e sua Escola.
4 - Isto tem causado os seguintes prejuízos:
Basta ouvir que o Mestre Tal tenha ensinado aquela idéia, para ser ela rechaçada sem a devida meditação para ver se a idéia tem ou não tem algo proveitoso. E o mais doloroso é que até os Antigos Mestres que já passaram ao "Oriente Eterno" não estão isentos de tais ataques.
5 - Em minhas Obras não quis citar nem autores nem fontes a fim de deixar ao critério pessoal de cada leitor a assimilação dos conceitos e para eliminar a idolatria ao Mestre e evitar o antagonismo prejudicial. Eu não tenho sido mais do que um recompilador e explicador de todas as obras antigas e modernas.
6 - Meu objetivo tem sido o de irmanar todas as Escolas e todos os estudantes a fim de alcançar um resultado satisfatório e afastar o antagonismo. Ao resumir as Obras pode-se unir o Espírito de todas as Escolas e extirpar o antagonismo dos corações dos seus filiados, bem como a parcialidade para com um ou outro Mestre. E assim podem as Escolas Oriental e Ocidental fundirem-se no crisol do Espírito da obra. .
7 - Quem escreve estas linhas nunca se proclamou Mestre, nem sequer pseudomestre, nunca vendeu revistas, nunca vendeu lições dosificadas, nem procurou conseguir discípulos. Ao contrário, tudo que tem podido dar, o deu gratuitamente. Por outro lado, sempre considerou que o único Mestre é o Deus Íntimo no ser humano e ao mesmo tempo está convencido de que é um simples estudante.
8 - A única intenção ao editar estas obras é a de recordar aos estudantes (e eu sou um deles) que todos os mistérios, símbolos, emblemas e ensinamentos de todas as Escolas Orientais e Ocidentais encontram-se gravados, escritos, praticados e aprendidos no próprio corpo do homem chamado Microcosmos.
Muitos Mestres proclamaram estas verdades, mas não as sistematizaram em uma só Obra. Eu tratei somente de recompilar todos estes ensinamentos nestes trabalhos, explicá-los e descobrir todos os mistérios no corpo humano; portanto, declaro sem sentir nenhuma humilhação nem aparentar humildade, que eu fui como uma pena ou um lápis nas mãos DELES e não tenho nenhum mérito, nem reclamo nenhuma glória.
Rogo aos leitores que meditem sobre esta Mensagem, cheia de verdade e de carinho.
Fraternalmente Jorge Adoum (Mago Jefa)
Quito - Equador, outubro de 1944

terça-feira, 14 de junho de 2011

Profecia Kali Yuga

 

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“Durante as outras três yugas (eras), este ritual (maithuna) era mantido como um segredo vedado Por esta razão os homens o praticavam em supremo sigilo e atingiam a emancipação espiritual. Quando Kali Yuga (a era atual) estiver em sua plena potência, os adeptos devem proclamarem-se como tal e seja durante a noite ou dia deverão ser iniciados abertamente.”


Mahanirvana Tantra

 

Publicado pela primeira vez em 1798 por Adi-Brahma-Samaja, postereiormente uma nova edição surgiu em 1888 através de Shri Krishna Gopala Bhakta. Foi traduzido para o inglês em 1913 por Sir John Woodroffe a.k.a. Arthur Avalon.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

domingo, 5 de junho de 2011

O Samurai (Conto–Filosofico)

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Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens.
Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali.
Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante.
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama.
Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.
No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: "Como o senhor pode suportar tanta indignidade?
Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?"
"Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?" - perguntou o Samurai. "A quem tentou entregá-lo" - respondeu um dos discípulos.
"O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos" - disse o mestre.
"Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo.
A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir..."

 

Postado por Fr Gemini.’.

Jesus: um Cristo do Oriente e do Ocidente – Yogananda

 

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Cap 1

 

Jesus Cristo é um vínculo entre o Oriente e o Ocidente. O grande Mestre se ergue ante meus olhos, dizendo ao Oriente e ao Ocidente: "Uni-los. Meu corpo nasceu no Oriente, porém meu espírito e minha mensagem viajaram ao Ocidente".

Tem um significado especial o fato de que Cristo tenha nascido no continente asiático e sido aceito pelos ocidentais como seu Guru; é da vontade divina que o Oriente e o Ocidente se unam, intercambiando seus mais nobres exemplos distintivos. No drama de Deus, o Ocidente estava destinado a dispor do poder material, enquanto que ao Oriente seria dado o poder espiritual, de modo que ambos pudessem cultivar amizade através do intercâmbio de suas qualidades características. Devido à liberdade espiritual existente no Oriente, é possível à sua gente elevar-se sobre o sofrimento material. No Ocidente, em troca, existe uma grande necessidade deste tipo de liberdade espiritual; os filhos ocidentais do Senhor, mesmo quando mais afortunados tanto física como materialmente, precisam desenvolver-se espiritualmente e receber a iluminação divina do Oriente. E a este último, por outro lado, é indispensável conquistar o desenvolvimento material do Ocidente. É por isso que os filhos orientais de Deus deveriam acolher a ajuda ocidental, mediante a qual ser-lhes-ia possível industrializar a Ásia e capacitar aquele continente a fazer pleno uso de seus próprios recursos. Se combinasse o progressista modo de vida americano com a espiritualidade da Índia, tal combinação seria insuperável. Índia é a caldeira onde se fundem todas as religiões; América é a caldeira onde se fundem todas as nações. A América alcançou um grande desenvolvimento devido ao seu amor à liberdade e também porque acolheu em suas praias todas as raças, absorvendo o melhor de cada nação. Nenhum outro país se fundou e cresceu sobre a base de tão maravilhosos ideais; jamais deveriam perder-se a liberdade e o excepcional modo de vida que surgiu na América, graças a estes ideais.

Muitos ocidentais crêem que os orientais são materialmente pobres porque dispõem de uma riqueza espiritual; mas não é assim. De outro lado, muitos orientais consideram que os ocidentais são espiritualmente pobres devido à sua riqueza material, o que também é falso. A verdade é que nós, seres humanos, tendemos a nos desenvolver unilateralmente; por isso, é necessário buscar o equilíbrio adotando o melhor de cada continente. Jesus é um colosso divino que se ergue entre Oriente e Ocidente, estimulando a ambos intercambiar suas
melhores qualidades. Podeis vê-lo nesta posição? Assim eu o vejo. Ele impele o Ocidente a crescer espiritualmente e ao Oriente a industrializar-se; pede ao Oriente que aceite os missionários ocidentais da ciência e da indústria e ao Ocidente que aceite os missionários orientais do Espírito. Ao Ocidente diz: "Amai vosso irmãos orientais; eu vim do Oriente". e aos Oriente diz: "Amai vossos irmão ocidentais; eles me receberam e me amaram, a mim, um oriental." Não é este um formoso ideal? Tal enfoque conduziria a uma magnífica unidade.
Cristo não pertence nem ao Oriente nem ao Ocidente; em sua vida se fundem o Este e o Oeste, e ele é propriedade de ambos e do mundo inteiro. É a universalidade de Jesus o que o torna tão atraente. Ele adotou o corpo de um oriental de modo que,ao ser aceito como guru pelos ocidentais, pudesse servir simbolicamente como vínculo entre Oriente e Ocidente.

Os ocidentais que consideram que Cristo lhes pertence deveriam lembrar-se que ele era um oriental e, motivados por este fato, deveriam procurar expandir o amor e afinidade que sentem por Jesus, para incluir nestes sentimentos todos os orientais e o mundo inteiro. Deus não tem preferências com respeito a orientais e a ocidentais. Ele ama a todos aqueles que manifestam as divinas qualidades do Espírito. Por que, pois, foi ordenado por Deus que Cristo, um grande salvador da humanidade, viesse do Oriente? Porque Deus desejava demonstrar
a superioridade do Espírito sobre a matéria, manifestando-se entre aqueles que se encontravam oprimidos. Não obstante, não é por isso que deveríamos concluir que é necessário ser pobres para nos assemelharmos a Cristo. Se Jesus houvesse nascido em um país próspero, seria igualmente falso raciocinar que é possível alcançar a Consciência do Cristo através da abundância material, ou que Deus favorece de forma especial aos que são materialmente ricos. O que se necessita é o equilíbrio entre a espiritualidade e o desenvolvimento material.

Os ideais de Cristo coincidem com os das escrituras da Índia. Seus preceitos são análogos aos dos mais elevados ensinamentos védicos, os quais existiam com grande anterioridade à vinda de Jesus. Entretanto, este fato não diminui de forma alguma a grandeza de Cristo; somente demonstra a eterna natureza da verdade e é uma prova do fato de que Cristo encarnou na terra para oferecer ao mundo uma nova expressão do Sanatan Dharma (a religião eterna, os
eternos princípios da retitude). No livro de Gêneses, pode-se apreciar um paralelismo exato com o conceito hindu da gênese do universo, sendo este último um conceito muito mais antigo. Os Dez Mandamentos de Moisés e muitas das lenda, personagens e rituais bíblicos, como também os milagres realizados por Cristo e os mesmo princípios básicos da doutrina cristã, têem todos uma concomitância com a literatura védica da Índia, a qual lhes antecede cronológica mente. As lições de Cristo no Novo Testamento e as de Krishna no Bagavad Gita
têem uma correspondência exata.

 

Os outros capitulos, mais interessantes, serão postados caso alguem solicite, atraves de um comentario.

 

Abraços

FR Gemini.’.

Yogananda Consumo de Carne VS Vegetarianismo

 

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Swami Yogananda

 

A questão do consumo da carne e do vegetarianismo é assunto muito complicado e controverso, por isto vou apresentar os vários argumentos oferecidos pelos seguidores dos “cultos” dos açougueiros e dos vegetarianos, e acrescentar no fim, se possível, minhas próprias opiniões a respeito de ambos. O que direi será governado pelas necessidades atuais do mundo, e acredito que nunca poderá ser dada uma visão absoluta, que seja boa para todos os tempos e para todas as pessoas.

 

A origem do consumo de carne

Ao ver o peixe grande comer o peixe pequeno, a lagartixa recém-nascida pular sobre o pequeno inseto e engoli-lo, e o tigre e o leão, mais fortes, caçarem animais menores, o homem viu nisto o dedo indicador da Natureza, e começou a comer a carne de animais que satisfaziam o seu paladar.

O elefante e o rinoceronte são tão fortes quanto o leão e o tigre, e apesar disto são vegetarianos. O homem aprendeu a comer vegetais e desenvolveu o instinto de alimentar-se de vegetais ao ver as criaturas da Natureza que também consomem vegetais.

Como encontramos, no seio da Natureza, mais animais carnívoros do que vegetarianos, também vemos pessoas sobrevivendo mais de carne do que apenas de vegetais. Muitas pessoas dizem que comer carne produz câncer e diminui o tempo de vida. Eu acredito que o consumo excessivo de carne tende a produzir mais doenças do que o consumo excessivo de vegetais. O elefante e a tartaruga, que consomem vegetais, vivem por muito tempo. As vacas comem vegetais, porém morrem cedo; cães comem vegetais, mas também comem uma quantidade maior de carne, e vivem pouco tempo também. Os crocodilos comem frugalmente carne e jejuam por longos períodos de tempo, e vivem até 600 anos ou mais. Sabe-se que alguns iogues que comiam vegetais e que conheciam a super-arte de viver, viveram mais de 600 anos.

Longevidade não depende somente de alimentar-se corretamente, mas também de se respirar menos, de não sobrecarregar o coração, da eliminação apropriada, do controle da força sexual e do correto recarregamento do corpo a partir da Fonte Divina.

 

 

A interdependência da vida

No seio da Natureza, vemos que os vegetais consomem os elementos químicos do solo, e as aves, os animais e os seres humanos comem vegetais e animais. Os vegetais gostam de fertilizantes de origem animal, como o sangue seco e os ossos de corpos animais em estado de putrefação, enquanto os animais comem a carne humana. Seres humanos comem animais, vegetais e elementos químicos do solo através da comida e dos remédios; a grande e velha Terra está sempre faminta e é canibal, uma vez que de seu útero vêm todos os elementos químicos que compõem os seres vivos, e em seu grande estômago devorador todos vegetais, animais e humanos devem retornar. Isto mostra que a Terra voraz, os vegetais, os animais e os seres humanos são ao mesmo tempo vegetarianos e carnívoros.

 

 

As diferenças entre vegetais e a carne

Vegetais e animais são diferentes apenas no grau de manifestação da vida. O Prof. J. C. Bose, da Índia, provou que os vegetais têm um sistema nervoso que responde a um estimulo favorável através do prazer, e a uma influência desfavorável através da dor. Eles têm batimento cardíaco, sistema circulatório, pressão da seiva e uma vida central, em certas células das raízes – o cérebro dos vegetais. Ampute um dedo seu e você não morrerá, corte um galho e a planta não morrerá, mas remova o cérebro humano e o corpo que o continha morrerá, exatamente como ocorre quando se corta a raiz de uma planta: ela morre.

Assim como os animais respondem a certos tratadores, os vegetais crescem em abundância sob certas vibrações humanas benignas, e definham ou crescem pouco quando cultivados por pessoas com vibrações erradas. Pode-se anestesiar uma planta, fazer com que sinta prazer ou dor, ou até envenená-la e matá-la. Cortar a cabeça de uma couve-flor é o mesmo que cortar a cabeça de um carneiro. Instrumentos de precisão desenvolvidos pelo Prof. Bose nos mostram a dor e a agonia da morte em plantas torturadas ou moribundas. Um pedaço de estanho pode sentir prazer ou dor, e pode expressar suas emoções através de instrumentos sensíveis feitos pelo homem. A couve-flor abatida só pode expressar sua agonia pré-morte através dos instrumentos do Prof. Bose. Os metais e as plantas torturados não podem falar. Alguns peixes expressam sua agonia através de um grito agudo e curto. Aves e animais manifestam seus problemas através de diferentes sons específicos. O homem se aproveita do fato de que ele não entende a linguagem dos animais e os mata contra a vontade deles.

O homem civilizado não tem direito de matar os animais ou os silvícolas, somente porque não entende a linguagem deles. Mas, do ponto de vista de resposta a dor, o homem é a manifestação mais sensível da vida. Depois do homem, segundo a sensibilidade, vêm os diferentes graus de animais, peixes, plantas e minerais. O carneiro e o frango, quando estão sendo mortos, sofrem menos do que os animais que resistem e se ressentem, como o boi e o porco. A maior parte dos peixes desistem rapidamente quando estão sendo mortos.

Não há dúvida de que o ser humano possui o sistema nervoso mais sensível, através do qual ele recebe e responde a estímulos na forma de prazer ou dor. Os animais são bem menos sensíveis e sentem menos dor e prazer. O animal, sendo menos sensível do que o homem, sente menos dor do que os seres humanos durante a morte. O sistema nervoso das plantas é bem menos desenvolvido do que o sistema nervoso dos animais. Os minerais são menos sensíveis a estímulos do que as plantas. Uma martelada pode matar uma planta, um animal ou um homem, mas não consegue facilmente extrair a Força Vital de um tenaz e menos sensível metal. No entanto, por meio de repetidas batidas, até mesmo os metais perdem sua tenacidade ou atributos da vida. Portanto, do ponto de vista da expressão através de sons e da sensibilidade do sistema nervoso, pode-se dizer racionalmente que o homem sofre mais quando é morto; que o boi sob o machado sofre mais do que o carneiro ou o frango, que o peixe sob a faca sofre menos do que o carneiro, e que os vegetais, quando comparados, sofrem muito menos do que o peixe, os animais e o homem.

O canibalismo não existe apenas entre os homens, mas também entre as plantas, as aves e os animais. Lobos comem lobos. Os indígenas Jivaro comem seus prisioneiros de guerra e poupam o custo de manutenção e de despesas com a compra de carne. Eles encolhem as cabeças de seus inimigos prisioneiros até o tamanho de uma bola de tênis e as guardam como troféus de guerra, assim como caçadores penduram a cabeça dos animais que eles mataram.

O consumo de carne obviamente não pode ser condenado sob o ponto de vista de ser um ato de matar, porque o consumo de vegetais e frutas também envolve a retirada da vida; o que é palpável é que a matança de animais desperta muito mais a nossa consciência e sensibilidade humanas do que a matança de vegetais e o descascamento e a mastigação das frutas. A maior parte dos consumidores de carne bovina desistiriam de comer carne se tivessem que matar os animais para obtê-la; mas nenhum vegetariano se importaria em descascar os vegetais e cortar as cabeças das cenouras ou de qualquer outro vegetal. O fato de que a matança de animais implica derramar sangue e produzir dor demonstra claramente que os animais são parentes próximos do homem e estão se aproximando dele na escala evolutiva.

Os vegetais não gritam de dor nem derramam sangue quando são mortos. Do ponto de vista da sensibilidade humana, podemos dizer que é menos dolorido matar um vegetal do que um animal. As almas adiantadas hesitam até em remover as cabeças das rosas de seus corpos vegetais que florescem em jardins domésticos, da mesma maneira como as outras almas odeiam matar seus animais de estimação para obtenção da carne.

Carne é alimento concentrado e é fortalecedora, mas é também altamente constipante e age como retentora dos venenos corporais, sendo assim precursora de doenças. Os vegetais têm de ser ingeridos com mais paciência e não são tão concentrados quanto a carne; por isto a ingestão inapropriada de vegetais não é boa fonte de energia. Frutas e vegetais, tendo um efeito laxativo natural, favorecem a saúde e a eliminação das doenças.

Os iogues da Índia opõem-se à ingestão de carne, enquanto os seguidores do Tantra advogam seu uso. As nações que comem carne são, em geral, politicamente livres. A Índia é vegetariana e não tem sido forte o suficiente para dispersar invasões estrangeiras. Os americanos estão sofrendo de obesidade devido ao consumo exagerado de todos os tipos de proteínas, como por exemplo carne, leite e nozes. Os americanos deveriam se tornar vegetarianos. Hindus quase não têm proteína para comer e, por causa do fanatismo, abusam das dietas em que predomina o amido e, assim, morrem cedo e magros. Na Índia, os animais vivem mais do que os seres humanos.

Apenas como um meio para um fim, ou como medida temporária, a Índia atual precisa comer carneiro, bodes e aves até que possa conseguir leite e substitutos da carne em quantidades suficientes. A vida espiritual hindu, mesmo que sustentada pelo consumo de carne, faria mais benefício ao mundo do que a dos animais mudos, aos quais se permitem viver sem fazer nada. A vida humana é mais valiosa e útil a todas as criaturas do que a vida de qualquer animal. Se uma escolha tem de ser feita entre um ser humano comer carne para sobreviver ou morrer sem comer carne, e os animais sobreviverem e não serem comidos pelos homens, eu diria que os homens deveriam sobreviver às custas dos animais.

Ninguém pode escapar. Os animais são sacrificados contra suas vontades para alimentar o homem; este, então, contra sua vontade, tem de morrer para que sua carne recomponha os elementos químicos da Mãe Terra. Um bilhão e meio de pessoas multiplicado por 44,6 quilos de elementos químicos, que são retirados da terra em forma de vegetais a cada sessenta anos para alimentar as pessoas, devem, a um intervalo de cerca de sessenta anos, ser devolvidos ao solo para sustentar a saúde da Mãe Terra. Se os corpos de um bilhão e meio de pessoas, ao invés de se misturarem com o solo, evaporassem no éter a cada sessenta anos, então ao final de alguns milhares de anos, a Terra ficaria fraca e infértil, seria apenas um torrão desértico, habitado por seres humanos sempre-crescentes e devoradores como formigas.

Testes químicos que introduziram sangue de certos animais em seres humanos, mostram que algumas pessoas podem comer apenas a carne de certos animais. Esse é um meio científico moderno para demonstrar quais carnes específicas se harmonizam com cada indivíduo.

Igualmente, nem todas as frutas e vegetais são apropriados para todas as pessoas. Algumas frutas causam alergias em certos indivíduos. Algumas pessoas ficam doentes quando comem cebola. Batata às vezes causa constipação. Algumas pessoas ficam muito doentes quando comem carne bovina, e outras sofrem de azia ao comerem frango. A maioria responde favoravelmente à ingestão da carne de carneiro. Descobriu-se que carne de carneiro é mais compatível com os elementos químicos dos seres humanos, do que qualquer outra forma de carne.

Em locais frios, como o Alasca, as pessoas bebem óleo e sangue de foca para se manterem aquecidas. Elas vivem de carne de peixe, foca, caribu e morsa. Assim como algumas pessoas comem vegetais e frutas secas, os esquimós comem carne seca quando um suprimento de fresca é difícil de se encontrar. Dizem que muitos esquimós morrem de tuberculose devido ao frio intenso. Algumas pessoas dizem que eles morrem devido à sua dieta de carne, enquanto outras acham que suas mortes prematuras devem-se ao fato de quererem viver a vida nãonatural do homem branco.

Descobrimos através de estudos que ambos, vegetarianos e consumidores de carne, podem viver vidas saudáveis e longas. Jesus, Buda e São Francisco comiam carne, enquanto Shankara, Chaitanya e muitos santos crísticos da Índia não comiam carne. Em uma visão, São Pedro viu alguns animais e uma voz pediu que ele os matasse e comesse.1 O mandamento “Não matarás” destinava-se aos homens, não aos animais. Moisés e Jesus, ambos comiam carne,2 e foi Moisés quem transmitiu os dez mandamentos.

A vida se desenvolve de maneiras diferentes, nos seus diferentes estágios. Manifesta-se nos minerais, mas seus tecidos são duros e têm de ser reduzidos a pó e condicionados antes que possam ser absorvidos pelo organismo humano. Os minerais são emulsificados e transformados em forma orgânica na vida de vegetais para que possam ser consumidos pelos organismos menos duros de outros vegetais, animais e seres humanos. Os tecidos vegetais são macios, mas raramente mostram a presença de um forte sistema central, e quando os vegetais são abatidos com facas, eles nunca gritam de dor ou derramam sangue. Seu sangue é um fluido branco viscoso chamado seiva.

A vida desenvolve os tecidos de um peixe em tecidos mais complexos do que dos vegetais. A carne de peixe é em geral branca. Peixes têm sangue e um sistema nervoso, mas poucos peixes fazem qualquer som ou protestos quando são mortos. A vida evolui ainda para formas mais complexas de animais, portanto seus tecidos são diferentes do peixe. Animais protestam em voz alta durante o processo de matança. O boi e o porco, tendo sistema nervoso bem desenvolvido, sentem muita dor durante o processo a que são submetidos e protestam em alto e bom tom a qualquer tentativa que se faça de matá-los. Eles protestam mais violentamente do que o carneiro. Isto mostra que embora os animais não possam conversar inteligentemente como os humanos; ainda assim são evoluídos o suficiente para protestarem através de sons, que estão sentindo dor e não querem ser mortos.

O homem não é morto e consumido por outros homens, com exceção em tribos primitivas de canibais, porque ele pode protestar contra seu assassinato através de sons inteligíveis. Os homens não pensariam em matar animais se estes pudessem protestar contra a matança através da linguagem inteligível ou escrita perante um tribunal. Embora cães sejam consumidos em algumas partes do mundo, ainda assim ninguém pensa em matar um cão de estimação inteligente, quase humano, para servi-lo como repasto na mesa dos homens glutões.

Assim, fica evidente, do ponto de vista do protesto sonoro, que o homem é a primeira criatura a recusar a matança e, portanto, não deve ser morto.

Em seguida vêm os touros, bois, vacas, porcos, entre outros, que protestam alto o bastante que não querem ser mortos – que têm a mente e a consciência evoluídas o suficiente para perceberem o amor pela autopreservação e a injustiça no ato de se infringir dor, e portanto não devem ser mortos. Parece que os mudos vegetais, peixes e animais mansos foram intencionalmente dotados pela Natureza de um sistema nervoso menos desenvolvido, que não registra tanto a dor nem provoca protestos na forma de sons durante a dor. Essa talvez possa ser uma das razões pelas quais essas formas menos desenvolvidas foram criadas para serem sacrificadas em prol da manutenção das formas de vida mais evoluídas.

 

1 Atos 10:10-15.

 

2 Lucas 24:42-43.

 

(Título original: “Meat Eating versus Vegetarianism, by Swami Yogananda”, publicado na revista East-West, abril-maio de 1935.)

 

Postado por: Frater Gemini .’.