domingo, 18 de março de 2012

Jesus: um Cristo do Oriente e do Ocidente – Yogananda Cap2

Cristo

Cap 2 - A verdadeira natureza da Estrela do Oriente


Os paralelismos entre os ensinamentos de Cristo e as doutrinas do yoga-vedanta apóiam fortemente os documentos existentes na Índia, segundo os quais Jesus viveu e estudou ali durante aqueles 15 anos de sua vida sobre os quais nada se sabe; no Novo Testamento não existe nenhuma referência à vida de Cristo entre os 12 e os 30 anos de idade. Contudo, o fato é que ele viajou à Índia com o objetivo de retribuir a visita dos três "sábios do Oriente", que lhe renderam homenagem no momento de seu nascimento. Eles foram guiados até Cristo recém nascido pela divina luz de uma estrela; não era esta uma luz física, mas sim a estrela do onisciente olho espiritual. Este "terceiro olho" situado no interior da frente, ao nível das sobrancelhas, pode ser percebido pelo devoto em meditação profunda.

 

O olho espiritual é um telescópio metafísico, através do qual é possível olhar para o infinito em todas as direções simultaneamente, e contemplar com uma onipresente visão esférica tudo aquilo que está acontecendo em qualquer ponto da criação. O olho espiritual é mencionado nos ensinamentos da Índia e Jesus também se referiu a ele ao dizer: "A luz do corpo é o olho; se, pois, vosso olho for único, todo vosso corpo estará cheio de luz" (S.Mateus-6:22). Havendo sido assim conduzidos até o presépio de Belém pela luz do olho espiritual, os sábios reconheceram e adoraram o menino Jesus, como a grande alma e encarnação divina que ele era. E posteriormente, durante aquele desconhecido período de sua vida, Jesus retribuiu esta visita. Inclusive no nome e título de Jesus é possível perceber raízes sânscritas dotadas de um som e significado equivalente.

 


As palavras Jesus e Isa (pronuncia-se Isha) são essencialmente idênticas. Is, Isa e Iswara se referem ao Senhor, o Ser Supremo. "Jesus" deriva do equivalente grego do nome Joshua ou Jeshua, que é uma abreviação de Jehoshua, "ajuda de Jeová" ou "Salvador". O título "Cristo" tem também um equivalente na Índia ( e talvez tenha sido outorgado a Jesus alí ) na palavra "Krishna", que às vezes se escreve intencionalmente "Cristna" para demonstrar a correlação . "Cristo" e "Krisha" são títulos que indicam divindade e significam que estes dois avatares eram Um com Deus.

 


Enquanto moravam em forma física, suas consciências expressavam a unidade com a Consciência do Cristo (em sânscrito, Kutastha Chaitanya), a Inteligência de Deus, presente em toda a criação. A esta consciência também se chama "o único filho de Deus". Porque é a única manifestação perfeita existente na criação do Infinito-Não-Criado.

 


Para compreender o que significa a Consciência do Cristo, considere o contraste entre a sua consciência e a de uma pequena formiga. A consciência de uma formiga se encontra limitada pelo minúsculo tamanho de seu corpo; sua onisciência reside em toda a sua forma física, de dimensões relativamente maiores. Se alguém tocasse qualquer parte de seu corpo, você logo o perceberia. A criação é o corpo de Deus, e a consciência divina, presente na criação inteira, se denomina Consciência do Cristo. O Senhor está consciente de tudo quanto fazemos dentro de sua forma universal, tal como nós temos consciência de nosso diminuto ser individual. Através da união com a Consciência do Cristo, foi possível a Jesus saber da morte de Lázaro, sem que ninguém o informasse disso. As maravilhas da criação de Deus não podem ser descobertas pelos animais; só aos seres humanos foi dada a capacidade potencial de alcançar a onisciência da unidade com a consciência do Cristo.

 

Pergunto àqueles que não crêem em Deus:


"De onde provém a inteligência que se manifesta no homem e no universo inteiro, se não é produzida por alguma "Fábrica" divina oculta atrás do éter?
Semelhantes mistérios induziram Einstein a afirmar que o espaço parece extremamente suspeitoso. O espaço oculta Deus; a Inteligência divina está presente nele, já que do "nada"do espaço provém tudo que existe. Sendo um com esta Inteligência, a qual guia cada átomo da criação, era possível a Jesus materializar sua forma em qualquer lugar que desejasse. E ele assim o conseguia fazer,costumando visitar S.Francisco de Assis todas as noites. Jesus estava consciente não somente de sua forma física microcósmica, mas também de toda a criação como seu corpo macrocósmico; Ele podia afirmar verdadeiramente: "Eu e meu Pai somos um", pois experimentava sua presença em todos os átomos, tal como seu Pai. Foi à onipresente Consciência do Cristo que Jesus se referiu com as seguintes palavras: "Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? Pois bem, nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai". Cristo veio em um momento crítico da história, quando o mundo necessitava desesperadamente de esperança e regeneração espiritual. Sua mensagem não estava destinada a promover o nascimento de múltiplas seitas, cada uma das quais proclamando que ele lhes pertencia. Ao contrário, a sua uma mensagem universal de unidade foi uma das maiores jamais dadas ao homem.


Ele recordou à humanidade a verdade das escrituras: "Sois Deuses", e S.João faz eco à inspiração e ao espírito dos ensinamentos de Cristo, ao dizer: "Porém a quantos o receberam (à Consciência do Cristo, manifestada em Jesus e em toda a criação), a eles deu-lhes o poder de converter-se em filhos de Deus". Houve jamais uma mensagem mais sublime do que esta? Jesus assegurou aos oprimidos, aos brancos e aos negros, aos orientais e aos ocidentais, que todos eram filhos de Deus; qualquer que seja puro de coração, não importa qual seja a sua raça ou cor, pode receber o Senhor. Tanto o carvão como o diamante se expõem igualmente aos raios do sol, mas o diamante é capaz de refletir a luz que recebe. Da mesma forma, tanto no Oriente como no Ocidente, os que estão dotados de mentalidades diamantinas refletem Deus e serão chamados os filhos de Deus, enquanto que os que mantém em si a escuridão das más qualidades são incapazes de refletir a divina luz.

 

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