domingo, 28 de abril de 2013

Como a música está mudando seu cérebro

Por Luan Galani em 29.05.2012 as 22:00

 

Quem nunca aprendeu uma daquelas musiquinhas para ajudar a lembrar de algo importante que atire a primeira pedra! Sejam elas elementos químicos ou fórmulas para o vestibular, preposições obrigatórias de algum idioma ou qualquer outra informação necessária, ou mesmo uma canção pop, quem já não teve alguma música martelando em sua cabeça, mesmo contra sua vontade?

Já se perguntou a que se deve isso? Os cientistas, sim.

Segundo o médico Charles Limb, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, as canções penetram em sistemas fundamentais de nosso cérebro, que são sensíveis à melodia e às batidas, e exercitam nosso cérebro de maneira única.

“Existe evidência suficiente para dizer que a experiência musical muda nosso cérebro”, afirma o cientista estadunidense. “Ela permite que você pense de maneira diferente e treina várias habilidades cognitivas não relacionadas à música”.

Música que não sai da cabeça

Não importa. Sejam canções do AC/DC, do Bee Gees ou peças do Rachmaninoff, é fácil ter fragmentos delas que se repetem incessantemente por algum período determinado, mesmo que a música não seja do seu agrado.

Essa repetição ‘chiclete’ é conhecida por earworm, termo utilizado pela primeira vez em 1980, em tradução literal do alemão Ohrwurm, como afirma o neurologista Oliver Sacks, no livro “Alucinações Musicais”.

A repetição indica que a música entra e subverte parte do cérebro, forçando-o a disparar a música de maneira repetitiva e autônoma.

De acordo com o psicólogo e neurocientista canadense Daniel Levitin, da Universidade McGill, em Quebec, no Canadá, os fragmentos – e não as músicas inteiras – que ficam em nossas cabeças são simples, tanto melodicamente quanto ritmicamente.

Mas, em casos extremos, essas músicas chicletes podem ser ruins para o dia-a-dia de alguns de nós. Algumas pessoas não conseguem trabalhar, dormir ou sequer se concentrar, porque as músicas os impedem. Por isso, precisam tomar ansiolíticos, que relaxam os circuitos neurais presos na repetição.

Vale ressaltar também que esse efeito chiclete é antigo. Cientistas acreditam que a música é, de alguma maneira, uma adaptação evolucionária que ajudou os ancestrais humanos.

E tem o fato de que ela induz sentimentos, também. Certas músicas são associadas com a lembrança de alguém, ou uma emoção, ou até um estado de espírito. Basta lembrar-se de casos de esportistas que escutam músicas animadas ou agitadas minutos antes de suas competições. Quer fazer um teste? Tente levantar cedo e escutar uma música bem animada. Sua disposição será diferente. [CNN, Folha, Foto]

Retirado de: http://hypescience.com/como-a-musica-esta-mudando-seu-cerebro/

O cérebro prefere música clássica

Por Letícia Resende em 15.03.2011 as 20:24

 

Dizer “esta música é muito boa” ou “nossa! Que música horrível” é muito comum. Todos têm seus gostos particulares e rejeitam artistas e bandas que fogem das preferências pessoais. Mas, uma pesquisa publicada no periódico científico BMC Research Notes revela que talvez haja um padrão. Segundo o artigo, as pessoas tendem a gostar das músicas que soam “complexas” aos ouvidos, mas que são “decifráveis e armazenadas” pelo cérebro, como as composições eruditas.

O autor do estudo, Nicholas Hudson, biólogo da Australian Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, disse que o cérebro comprime a informação musical como um software de computador faz com um arquivo de áudio: ele identifica padrões e remove dados desnecessários ou redundantes. A música clássica, por exemplo, pode parecer complexa para quem ouve, mas o cérebro consegue encontrar padrões para o trabalho de compressão. Pouca coisa é descartada. Hudson usou programas de compressão de músicas para imitar como o cérebro age e usou músicas que já haviam sido analisadas em um estudo de 2009 que mediu como 26 voluntários curtiam músicas de diferentes gêneros musicais como clássico, jazz, pop, folk, eletrônica, rock, punk, techno e tango.

Entre as músicas que o biólogo escolheu, “I should be so Lucky” da Kylie Minogue foi comprimida a 69,5% de seu tamanho original; “White Wedding” do Billy Idol foi diminuída a 68,5%; e a Terceira Sinfonia do Beethoven foi reduzida a 40,6% do seu tamanho inicial. O cérebro, como o software encontraram mais padrões na música do compositor alemão. Com as outras músicas, ele teve pouco trabalho de compressão, pois o resto foi “jogado fora”. Fazendo uma comparação, as músicas mais “comprimíveis” foram aquelas escolhidas como as mais agradáveis no estudo de 2009.

Mas, porque nosso cérebro gosta mais das músicas que o fazem trabalhar mais para comprimi-las? “É da nossa natureza sentir mais satisfação ao atingir uma meta quando a tarefa é mais difícil. As coisas fáceis trazem um prazer superficial. As músicas mais simples, com poucos padrões de compressão, rapidamente ficam irritantes e deixam de ser estimulantes”, disse Hudson. Esta é uma explicação para aquela sensação de enjoar rapidamente de uma música. O teste também incluía barulhos aleatórios que só puderam ser comprimidos a 86%. O resultado foi que estes sons causaram indiferença e tédio nas pessoas.

Já foi dito que música clássica ajuda a memória, ajuda o foco nos estudos e pode até deixar as pessoas mais inteligentes. Este é mais um estudo que comprova a qualidade da música clássica, mas, como diz o ditado: gosto não se discute. [LifesLittleMysteries]

 

Retirado de: http://hypescience.com/o-cerebro-prefere-musica-classica/